quinta-feira, 9 de outubro de 2008



Essa aí veio de onde as palavras são ásperas e sem significados exatos Um olhar te põe inteira pra dentro do casco da tartaruga e o peso e medo de sair dali Anda devagar essas pessoas que são parentes tem dentes afiados e mordem Essa vontade de abraçar e ser amada me furta a irreverência do pensamento Se sou eu mesma sou só Não posso ter nome nem carregar vergonha de outros Amo calada O que está preso dentro do peito alimenta o cachorro Deixa forte a lua e uiva nesse clarão que agora faz sentido na alma Naquele campo de algodão vi homens mulheres e crianças pesando arrobas brancas para dormir em catres duros de madeira e tostão que fosse Catar uma arroba é orgulho Esse algodão trago na alma Essa arroba tão branca e leve difícil de alcançar Esse capucho entre os olhos e dedos acariciados Por pouco fincados em pontiagudos gumes protetores Eu lá vendo o campo branco e saca nas costas e sol e marmita e suor Colhendo para pesar arrobas Uma que fosse Quinze quilos de algodão Muitos capuchos para quem tem pouca idade Uma alegria Uma conquista Uma lição :Tia pêdra fada madrinha completou minha única arroba Quinze quilos de sorrisos Ganhei asas brancas e não parei mais de sonhar

Helena Soares

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